Tratamento de TDAH com medicação: indicações e efeitos colaterais

Crianças e adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), costumam gerar frustrações, angústias e preocupações aos seus pais. Muitas vezes as características clínicas do TDAH confundem-se com falta de limites ou birras, outras vezes com preguiça e desinteresse.

É bastante comum ouvir dos pais queixas como “esse garoto só presta atenção no que lhe interessa”, ou “é inteligente, mas só tira notas ruins”, ou ainda “ele sabe fazer, mas esquece com facilidade”. Esse modo simples de encarar as dificuldades daquelas pessoas com TDAH faz com que os pais e os educadores não acreditem na real necessidade do uso de medicamentos para tratar esses e os demais sintomas.

Existe enorme resistência dos pais em iniciar a medicação. Além do fato citado acima, os psicoestimulantes são ‘tarja preta’, o que gera mais resistências e dúvidas.

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Quais os efeitos dos medicamentos tarja preta?

Medicamentos de tarja preta são um grupo de substâncias que atuam no sistema nervoso central, alterando os processos cerebrais, buscando melhorar o padrão comportamental das pessoas, mas que podem, se não utilizados adequadamente, causar algum efeito colateral indesejado, como sedação, sonolência, irritabilidade, mal humor ou mesmo, desequilíbrio emocional. E podendo ainda, causar dependência (o que no caso dos medicamentos utilizados para o TDAH é praticamente inexistente).Daí a necessidade de um uso correto, e acompanhamento médico adequado e regular.

Quando é indicado o tratamento de TDAH com medicação?

A medicação será fundamental e necessária sempre que houver prejuízo funcional: alterações na dinâmica familiar, confusões com amigos, instabilidade comportamental, oscilações de humor ou baixo rendimento escolar. Não se usa medicação para a criança tirar boas notas na escola, mas sim, para que se tenha uma boa qualidade de vida, e um futuro mais promissor. A resposta ao tratamento medicamentoso é considerada moderada ou ótima em mais de 70% dos casos.

Quais medicamentos são utilizados no tratamento de TDAH?

Os medicamentos disponíveis e utilizados no Brasil são psicoestimulantes, e existem várias apresentações comerciais, que variam quanto à sua concentração e tempo de ação no organismo:

Duração curta: de 4 horas.

Duração média: de 8 horas.

Duração longa: de 10-12 horas.

A dose varia conforme a idade, o peso e as necessidades individuais.

Quais os efeitos colaterais da medicação para TDAH?

Os medicamentos são bem tolerados por crianças, podendo, inclusive, ser administrados para menores de 5 anos de idade, tomando-se algumas precauções. Os principais efeitos colaterais são:

• Cefaleia (leves, que ficam pouco frequentes com o passar do tempo de uso).

• Dificuldade em iniciar o sono (por isso não deve ser administrado após as 18hs).

• Falta de apetite (especialmente nas primeiras semanas e naquelas crianças que já têm pouco apetite).

• Por vezes irritabilidade no final do dia.

• Bem pouco frequente pode-se observar hipertensão ou taquicardia.

O tempo de uso depende da eficácia e evolução de cada caso. Seguindo as orientações médicas adequadas, esses medicamentos não viciam, e nem causam dependência.

Conclusão

O uso de medicações, associado às terapias, orientação aos pais e uma parceria entre a família e a escola, serão fundamentais para o sucesso terapêutico.

Dr. Julio Koneski é Neuropediatra na Neurológica, em Joinville (SC). Clique e conheça os tratamentos realizados em Neuropediatria.

Dr. Julio Koneski

Especialista em Neuropediatria na Neurológica em Joinville - SC

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