Distonia cervical é um distúrbio do movimento caracterizado por contrações dos músculos do pescoço e cabeça, causando movimentos involuntários e postura irregular.
Estas alterações podem ser percebidas como rotação ou inclinação da cabeça ou pescoço, elevação do ombro em direção à orelha ou desvio do pescoço para os lados (longe da linha média do corpo), por vezes acompanhados de espasmos ou tremores.
Além de causar dor na maioria dos pacientes, interfere na realização de tarefas cotidianas devido a limitação do movimento da cabeça e pescoço.
Costuma ser mais comum no sexo feminino e manifesta-se principalmente entre os 30 e 50 anos, mas também pode acometer crianças e pessoas mais velhas.
Pode ser idiopática (origem indeterminada), como quando tem origem genética, ou secundária a outras causas, como trauma, doença de Parkinson ou associada ao uso de alguns medicamentos.
A evolução é imprevisível e em 1/3 dos casos se espalha para outras regiões como face, mandíbula, ombros e braços, mas quando surge na idade adulta, costuma afetar somente esta área do corpo. Na maioria das vezes os sintomas atingem um platô após poucos anos e depois permanecem estáveis.
Como nas outras distonias, os pacientes costumam ter um truque sensitivo que reduz ou inibe a distonia cervical, e neste tipo costuma ser tocar o queixo, a bochecha, testa ou parte posterior da cabeça.
O tratamento de primeira linha é a aplicação de toxina botulínica nos músculos selecionados, feita a cada 3-6 meses. Algumas medicações administradas por via oral podem ajudar, mas nenhuma provou ter grande efetividade na maioria dos pacientes. E por fim, os casos em que estes tratamentos não atingem uma resposta satisfatória, podem ser indicados para tratamento cirúrgico com DBS – deep brain stimulation.