Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria, ocorrem ao ano cerca de 340 mil nascimentos de bebês prematuros no Brasil, sendo o 10º país no ranking mundial de prematuridade, considerando-se parto prematuro o nascimento antes que a gravidez complete 37 semanas de gestação.
As causas da prematuridade são diversas, assim como as consequências de nascer antes do tempo. A gestação normal completa-se em média com 40 semanas, e as crianças que nascem antes de completar as 37 semanas são consideradas prematuras. O grupo mais sensível é aquele que apresenta nascimento abaixo de 30 semanas, onde é proporcionalmente maior a chance de complicações e de mortalidade.
Porém, nos últimos anos, a taxa de sobrevivência mesmo dos prematuros aumentou, mais de 80% atualmente sobrevivem. Esse índice de sucesso, é claro, depende dos recursos disponíveis e de centros especializados em prematuridade.
Embora a taxa de mortalidade dos prematuros ao nascer tenha diminuído nos últimos anos, proporcionalmente as morbidades aumentam de prevalência. Entre elas, os transtornos do neurodesenvolvimento como o Transtorno do Espectro Autista (Autismo) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade requerem muita atenção, pois não caracterizam em si doenças e não são passíveis de diagnóstico por exames, teste de triagem neonatal ou outro método.
Felizmente a maior parte dos prematuros não desenvolve alterações neurológicas graves, mas essa população tem maior risco de apresentar desvios nas aquisições e no desenvolvimento neuropsicomotor, e somente o acompanhamento e a análise da forma como se desenvolve a criança permitirá o diagnóstico precoce.
A iniciativa do Dia Mundial da Prematuridade, comemorado em Novembro, visa alertar a sociedade e informar sobre os riscos do bebê prematuro, dentre os quais há associação com possíveis sequelas neurológicas. Quanto antes for percebido o risco de evolução para um destes transtornos, provavelmente mais cedo será a intervenção e consequentemente, melhor o prognóstico.
Nos primeiros anos de vida, a neuroplasticidade é intensa, pois o cérebro apresenta uma capacidade maior de estabelecer novas conexões neuronais para desenvolver certas habilidades. É fundamental que as terapias específicas iniciem antes dos 3 anos de vida, principalmente nos casos de Transtorno do Espectro Autista.