O que é Sialorreia (excesso de saliva) e as opções de tratamentos

O que é sialorreia?

A sialorreia (excesso de saliva) é decorrente do aumento de sua produção, ou da fraqueza ou incoordenação da musculatura facial. É comum em bebês, mas desaparece entre 1 aos 3 anos, quando se estabelece a continência salivar. Pode ser considerada anormal após 4 anos. Em pacientes com doenças neurológicas, sua incidência pode chegar a 80%.

Escolha do tratamento para sialorreia

A escolha do tratamento dependerá das características dos sintomas, a exemplo das suas causas:

● Se está ou não relacionada com a disfagia (dificuldade e ou alteração na deglutição).

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● O horário que ocorre (nos pacientes com doença de Parkinson a sialorreia pode ser mais frequente durante os episódios off).

Independentemente da causa, a sialorreia pode ocasionar complicações clínicas e funcionais, sequelas físicas e psicossociais, além de impacto negativo na qualidade de vida para o paciente e cuidador.

Opções de tratamento para sialorreia

As terapias conservadoras devem ser aplicadas em todos os pacientes com sialorreia, e são elas:

● Posicionamento adequado.

● Fonoterapia.

● Reabilitação oral.

● Em casos mais extremos o uso de aspiradores portáteis.

Existem ainda a opção do uso de fármacos que não são específicos para sialorreia, mas que seus efeitos colaterais podem agir como anticolinérgicos, ocasionando assim diminuição na produção da saliva. Porém podem causar mais efeitos colaterais não desejáveis, tais como: constipação, hipotensão, retenção urinária, aumento da pressão intraocular, redução na transpiração e aumento da temperatura corpórea.

Outras opções terapêuticas são:

● Radioterapia: reservada para pacientes idosos e que não podem fazer uso de medicação e do procedimento cirúrgico. Seu efeito pode durar até 5 anos, porém pode ocasionar saliva viscosa, dor, náuseas, xerostomia (baixa produção de saliva) e eritema (vermelhidão) facial.

● Tratamento cirúrgico: é usualmente reservado às crianças com sintomas refratários, uma vez que os riscos inerentes a uma intervenção cirúrgica podem ser pouco tolerados por pacientes mais idosos e frágeis. As técnicas utilizadas incluem a remoção das glândulas submandibular e parótidas, deslocamento ou ligadura do ducto submandibular ou parotídeo e neurectomia transtimpânica.

Toxina Botulínica como opções de tratamento para sialorreia

E por último e mais recente, temos a opção da injeção de toxina botulínica nas glândulas parótidas e submandibulares. Pois embora a toxina botulínica tenha muitas indicações terapêuticas, só recentemente foi proposta como uma opção no controle da sialorreia. Esta neurotoxina potente, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, tem a função de reduzir a produção de saliva através da inibição da libertação da acetilcolina nas junções neuro secretoras pré-sinápticas das glândulas salivares. Tem uma ação mais duradoura e menos efeitos colaterais do que os medicamentos anticolinérgicos. Não apresenta contra indicações, é um método seguro e eficaz.

Dra. Bruna Lacava é Neuropediatra na Clínica Neurológica, em Joinville (SC). Clique e conheça os tratamentos realizados em Neuropediatria.

Dra. Bruna Lacava

Especialista em Toxina Botulínica na Neurológica em Joinville - SC

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