Principais opções de tratamento para enxaqueca

O que é enxaqueca?

As confusões começam com o nome. É comum considerar o termo enxaqueca como sinônimo de dor de cabeça ou de cefaleia. Pois bem, não é! Cefaleia é o nome que os médicos usam para dor de cabeça, em geral. Portanto, esses dois nomes são, de fato, sinônimos. Já a enxaqueca (também chamada de migrânea) é um tipo específico de dor de cabeça, que tem suas características bem conhecidas e que traz sofrimento a muitas pessoas.

Quais são os sintomas da enxaqueca

De maneira típica, a enxaqueca se apresenta com crises repetidas de dor de cabeça, latejantes e fortes, que frequentemente envolvem só um lado da cabeça. Muitas vezes elas são acompanhadas de intolerância a luz e ao barulho (as pessoas se refugiam em locais escuros) e também de muito enjoo ou mesmo vômitos. Em algumas pessoas as crises são precedidas por sintomas visuais ou formigamentos em um lado do corpo, a chamada aura.

Um episódio de enxaqueca dura de algumas horas a poucos dias e piora com o esforço físico. Se não tratada adequadamente, uma crise dessas pode ficar muito intensa, trazendo enorme sofrimento.

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Quais as causas da enxaqueca

A crise de enxaqueca começa a partir de uma atividade transitória anormal das células cerebrais e foi descrita em 1944 pelo biólogo brasileiro Leão. É como uma onda de aumento de excitação das células cerebrais, seguida por outra onda de diminuição da excitabilidade. Estas variações desencadeiam uma dilatação nos vasos sanguíneos da cabeça e uma forte reação inflamatória. Daí vem a dor e os outros sintomas.

A enxaqueca tem um componente hereditário e acomete mais mulheres que homens. Os episódios podem ser precipitados por diversos fatores, denominados gatilhos, como determinados alimentos, bebidas alcoólicas, jejum prolongado, alteração do ritmo do sono, menstruação e estresse. Geralmente melhoram em fases mais tranquilas da vida e, nas mulheres, aliviam durante a gravidez. Depois da menopausa pode ocorrer alívio definitivo.

Como é feito o tratamento para enxaqueca

Quando as crises não são muito frequentes, o tratamento de escolha é o uso precoce de medicamentos específicos. A escolha adequada desses é decisiva. Vai determinar se você terá ou não uma rápida redução de sua dor. Há medicamentos utilizados hoje que foram descobertos há mais de um século. Há outros, mais modernos, que atuam especificamente sobre os sistemas cerebrais que processam a dor. Seu médico vai orientar quais são as possibilidades, o momento de usar um ou outro remédio e quando cada um deles deve ser evitado.

Quando as crises de enxaqueca se tornam muito frequentes, deve ser feito um outro tipo de tratamento, denominado “tratamento preventivo”. São medicações (e atitudes) que diminuem a frequência das crises e são usados diariamente por um determinado período. Estes remédios, que foram originariamente utilizados para outra finalidade (depressão, hipertensão arterial, convulsão), se mostraram eficazes também no tratamento da enxaqueca e adotados para isto.

Em alguns pacientes a enxaqueca se transforma e eles passam a ter crises quase diárias. Nestes casos a qualidade de vida é muito comprometida. Essa piora da frequência das dores pode ser causada por diversos fatores, incluindo transtornos emocionais e uso excessivo de analgésicos. Resolver essa situação é mais difícil e envolve a participação de um médico experiente no tratamento das cefaleias. Este ajudará a reconhecer e evitar os gatilhos e como reverter o abuso medicamentoso. As opções de tratamento incluem, além dos preventivos, exercícios de relaxamento, terapia cognitiva e toxina botulínica.

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Conclusão

A enxaqueca é uma característica que pode acompanhar o paciente por toda a vida. Não há vacina ou remédio que a faça desaparecer (só a idade ajuda). Entretanto, com orientação médica adequada, é possível conseguir um bom controle e restabelecer a qualidade de vida.

Dr. Ronald Moura Fiuza é Neurologista na Clínica Neurológica, em Joinville (SC). Clique e conheça os tratamentos realizados em Neurologia.

Dr. Ronald Moura Fiuza

Especialista em Neurologia na Neurológica em Joinville - SC

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