São considerados prematuros bebês nascidos com menos de 37 semanas de gestação. No Brasil, a prematuridade incide em 11,5% dos nascimentos e, em média, 60% dos bebês que nascem com menos de 1500g sobrevivem.
No último trimestre da gestação ocorre a maturação cerebral. Como a prematuridade priva o bebê de passar por esta fase, ela pode causar prejuízos tanto no crescimento quanto no desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo.
Uma avaliação neurológica detalhada e sistemática é importante desde as primeiras semanas de vida para realizar intervenções específicas. A utilização da idade corrigida para acompanhar os marcos do desenvolvimento deve ser feita de modo criterioso – afinal, o desenvolvimento neurológico do bebê prematuro não é linear.
Por isso, é necessário dar atenção especial às aquisições motoras no primeiro trimestre de vida do bebê prematuro. Deve-se observar a sustentação cefálica, a abertura das mãos e se a criança busca por objetos.
Além disso, é importante pesquisar sobre posturas anormais do pescoço, troncos e membros a fim de observar se elas se aplicam ao bebê.
Outro ponto imprescindível para se observar é o seguimento do olhar, a procura de sons e o sorriso social ao ser estimulado. São pontos que devem estar presentes nos primeiros meses de vida.
Caso seja percebida a presença de irritabilidade frequente e pouco interesse por pessoas até o quarto ou quinto mês de vida, deve-se dar uma atenção especial em busca de possíveis comprometimentos neurológicos.
A estimulação neurossensorial precoce feita por uma equipe multiprofissional é fundamental para um desenvolvimento neurológico saudável dos bebês prematuros.
Dr. Julio Koneski é Neuropediatra na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em Neuropediatria.