O Autismo é uma deficiência?

Trazemos esse tema para promover a conscientização da sociedade, sobre as necessidades específicas de organização social e de políticas públicas para promover a inclusão social desse segmento populacional e também, para combater o preconceito e a discriminação.

O que é a deficiência?

Se pensarmos conceitualmente e de modo bem amplo o que significa ser uma pessoa com deficiência, entenderemos que nada mais é do que possuir uma limitação no desempenho de uma determinada atividade. Do ponto de vista físico, esta limitação poderia ser visual, motora, ou do ponto de vista mental, poderíamos estar diante de uma pessoa com deficiência intelectual.

Deficiências múltiplas é a denominação utilizada para definir pessoas que possuem duas ou mais deficiências primárias (mental, visual, auditiva, física) com comprometimentos que acarretam prejuízo no seu desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.

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Então, o autismo é uma deficiência?

Devemos entender separadamente o autismo (transtorno) e o autista (indivíduo): o transtorno do autismo engloba um espectro enorme de características comportamentais, que não estarão necessariamente presente em todos os autistas, por exemplo, nem toda criança com autismo enfileira brinquedos ou gosta de observar rodinhas girando, e do mesmo modo, muitas crianças que não são autistas também brincam de modo intensivo e frequente de girar rodinhas.

E assim, nesse amplo espectro, perceberemos autistas com inteligência normal, outros com deficiência intelectual e alguns com inteligência muito superior ou até mesmo com altas habilidades e superdotação.

Certa vez ouvi uma frase que gosto de repetir: “Conhecer um autista não significa conhecer o autismo” – devido tamanha diversidade que esse transtorno abriga. Poderíamos dizer que a maior parte dos autistas apresentam deficiências múltiplas, que poderia ser na comunicação associada a algum déficit sensorial ou uma deficiência intelectual associada à dificuldade na fala. Mesmo autistas com bom desempenho acadêmico e funcional, poderão ter dificuldades em alguma área social, adaptativa ou até de habilidades motoras finas.

O importante será definir qual o grau ou intensidade de prejuízo que essa pessoa está enfrentando nas suas atividades da vida diária. Encontramos na sociedade centenas e mais centenas de médicos, advogados, engenheiros, professores, esportistas ou outros, que são autistas, e desempenham adequadamente seu papel profissional, familiar e social. Então, são estes autistas “portadores” de uma deficiência?

A importância da conscientização

Importante é conscientizar a sociedade, que pessoas com deficiência, autistas ou não, necessitam serem reconhecidas como tal, que recebam atenção, suporte e respeito, adequados às suas necessidades, para que possam se desenvolver de um modo feliz, seguro, e mais independente possível, sendo incluídos de modo efetivo nos diversos setores de nossas vidas.

Famílias acolhedoras sempre serão um porto seguro, e ao mesmo tempo, um ponto de partida para buscar na sociedade, nas escolas, nos terapeutas e em amigos, o melhor caminho a seguir.

Dr. Julio Koneski é Neuropediatra na Clínica Neurológica, em Joinville (SC)Clique e conheça os tratamentos realizados em Neuropediatria.

Dr. Julio Koneski

Especialista em Neuropediatria na Neurológica em Joinville - SC

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