Um trabalho recente publicado na Cephalalgia avaliou os efeitos da exposição à luz verde em pessoas com enxaqueca. Durante 10 semanas, 29 pacientes com enxaqueca crônica ou episódica foram expostos a diodos luminosos de luz branca de uma a duas horas ao dia, seguido de um intervalo de 2 semanas de washout, e depois por mais 10 semanas de exposição a diodos de luz verde de uma a duas horas ao dia. O período de exposição deveria se passar dentro de um quarto sem outras fontes de luz, não era permitido dormir, porém a prática de atividades como leitura, exercícios e ouvir músicas estavam liberados.
Os dados mostraram que nesses pacientes a exposição à luz branca reduziu, em média 2 dias de dor por mês, mas os resultados surpreenderam positivamente ao revelar que o período de exposição à luz verde reduziu em 5,4 e 12,9 dias de dor por mês em pacientes com enxaqueca episódica e crônica, respectivamente.
Além disso, também proporcionou redução de intensidade e duração da dor, levando a um impacto positivo na qualidade de vida, sono e no desempenho de outras atividades.
Apesar de ainda não sabermos exatamente o motivo da melhora, publicações prévias sugerem que luz de diferentes cores pode interferir na nossa percepção de dor. Isso foi evidenciado em trabalhos que mostraram que durante uma crise de enxaqueca, a aversão à luz verde costuma ser menor em comparação à aversão a outras cores, e que o uso de óculos que bloqueiam luz vermelha ou azul reduz a intensidade da dor em pacientes com enxaqueca.
Embora seja um estudo pequeno, sugere um benefício da exposição à luz verde e abre portas para a realização de trabalhos maiores.
Dra. Lara Pizzetti Fernandes é Neurologista na Clínica Neurológica, em Joinville (SC). Clique e conheça os tratamentos realizados em Neurologia.