O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é o transtorno comportamental mais frequente na infância e com maior número de publicações científicas. Atinge crianças e adolescentes em todo o mundo, sendo que cerca de 60% permanecem com os sintomas de desatenção, impulsividade e inquietação ao longo da vida.
Em aproximadamente 30% das consultas pediátricas de crianças menores de 6 anos de idade, os pais trazem preocupações e queixas comportamentais. Estudos demonstram que a prevalência mundial do TDAH é 4,5% da população de 7 a 14 anos. Novas pesquisas apontam que em crianças da faixa pré-escolar, entre 3 e 6 anos, a prevalência é maior: 5,4 a 6,0%. Sabemos também que 1 a cada 3 crianças com TDAH terá seu diagnóstico feito no período pré-escolar, e aproximadamente 50% destas crianças precisarão ser tratadas com medicação.
Quando são feitas pesquisas em amostra populacional e são utilizadas como ferramentas de apoio questionários para pais e professores, os pais são mais precisos e assertivos do que os professores em relatar sintomas e características clínicas indicativas de TDAH neste grupo de crianças menores de 6 anos de idade.
A maior dificuldade para o diagnóstico precoce, é identificar sintomas de desatenção em crianças pequenas, uma vez que não é esperado que estas crianças sejam capazes de manter-se atentas por um longo período de tempo. Porém, testes específicos para cada faixa etária são disponíveis, e pais, professores e médicos experientes saberão identificar se o tempo de atenção, manutenção de foco e concentração estão adequados.
Os sintomas de hiperatividade e impulsividade estarão presentes e poderão ser identificados até mesmo antes dos 3 anos de idade.
Para um diagnóstico adequado, será necessário conhecer outros transtorno comportamentais da infância, que podem ter sintomas e características clínicas parecidas com o TDAH ou mesmo estarem associados, ocorrendo em comorbidade (juntamente), como:
Intervenções comportamentais constituem-se como primeira escolha de terapia na faixa etária de até 6 anos. Terapia medicamentosa, particularmente com psicoestimulantes também é efetiva, com um padrão regular de eficácia e tolerabilidade, sendo necessário, no entanto, que o médico prescritor seja atento e cauteloso.
Diagnóstico e intervenção precoces do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) levam à benefícios e melhoras significativas tanto no desempenho escolar, quanto na vida social e familiar.