A maior parte das pessoas têm dor de cabeça, pelo menos em alguma fase de suas vidas. Algumas estatísticas chegam a estimar que 90% da população sofre de cefaleia, que é o nome utilizado pelos médicos para se referir às dores de cabeça.
As dores de cabeça trazem um grande impacto para o indivíduo e para a sociedade. Elas constituem uma das principais causas de consulta médica e também das faltas ao trabalho ou à escola. Brasileiros, americanos e europeus já calcularam o montante financeiro que é gasto anualmente com esses pacientes. Entretanto o pior impacto não é o econômico, mas sim na qualidade de vida de cada indivíduo, que padece, a cada crise.
O primeiro passo a ser tomado pelo paciente que tem dor de cabeça é estabelecer um diagnóstico apropriado. Apesar de isso parecer óbvio, a maioria das pessoas ainda recorre à automedicação ou à orientação de pessoas não capacitadas. Essa conduta pode ser muito perigosa, tanto por não trazer o tratamento mais eficaz, como por retardar o diagnóstico de uma possível causa mais grave.
Na avaliação da causa, os médicos classificam inicialmente a dor do paciente em dois grandes grupos: as chamadas cefaleias primárias e as secundárias. As primárias são aquelas em que não se descobre uma alteração física nos exames. O diagnóstico se faz pela característica da dor, descrita pelo paciente. Isto ocorre, por exemplo, nas enxaquecas e na cefaleia tensional, nas quais todos os exames são normais. Já as cefaleias secundárias têm uma causa identificável, seja na consulta, seja nos exames complementares, como tomografia, ressonância e outros. Isto ocorre com as sinusites, meningites, tumores cerebrais ou AVCs. Estas podem ser causas graves, que precisam de um diagnóstico preciso e precoce.
Hoje se reconhecem mais de duas centenas de doenças que causam dores de cabeça. Entre elas estão:
O médico experiente consegue fazer a maioria dos diagnósticos na primeira consulta, após a entrevista e o exame físico. Entretanto, alguns dos casos demandam vários exames e observação clínica, até que se chegue a uma conclusão.
A boa notícia é que só a minoria dos pacientes apresenta uma dessas causas mais graves e quando isso ocorre, o médico já reconhece os sinais de alerta, e encaminha o paciente para o hospital. A maioria dos pacientes acaba com o diagnóstico de uma cefaleia primária e já sai do consultório tranquilizado, com orientação adequada.
Pode acontecer que a doença não seja grave, mas seja persistente, levando a episódios muito frequentes de dor de cabeça e, com isto, muito sofrimento. Há pacientes que têm o infortúnio de ter dor de cabeça todos os dias! Nestes casos há ainda um risco pouco conhecido: o do excesso de analgésicos. Se isso ocorrer pode se desenvolver um tipo de efeito rebote, o que piora ainda mais o quadro das dores. Neste caso o médico também poderá indicar o caminho mais adequado.
Depois de conhecer a causa da dor e saber o que fazer para evitá-la ou combatê-la, é possível continuar levando uma vida plena, sem restrições.