Você conhece a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI)?

A síndrome das pernas inquietas é uma condição em que a pessoa tem a vontade incontrolável de mexer as pernas e as move involuntariamente. Normalmente esse movimento ocorre principalmente quando a pessoa está dormindo ou em repouso, atrapalhando a qualidade do seu sono. Como consequência, passa o dia sonolento, cansado, indisposto e irritado.

Como esta síndrome ocorre predominantemente nos momentos de repouso, a qualidade de vida dos pacientes é bastante comprometida. Atividades como ir ao cinema ou ao teatro, ver televisão, participar de uma reunião social ou de negócios, ou fazer viagens mais longas podem se tornar algo bem frustrante. Confira no post tudo sobre esta condição!

O que é a Síndrome das Pernas Inquietas?

É um distúrbio sensitivo-motor comum que afeta predominantemente as pernas, mas em casos graves pode afetar também os membros superiores. O diagnóstico é clínico, pelos seguintes critérios:

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
  • Urgência em movimentar as pernas, frequentemente acompanhada de desconforto;
  • Repouso piora a necessidade de movimentar as pernas;
  • Getting Up (levantar-se) e movimentar-se melhora os sintomas;
  • Evening (período vespertino e noturno) – ocorre a piora dos sintomas.

Características e Condições médicas associadas:

  • Cerca 5% da população mundial sofra da síndrome;
  • Muito comum em mulheres – curiosamente, este efeito parece ser ocasionado pela paridade (número de partos prévios que a mulher possui). Nulíparas (mulheres que nunca tiveram filhos): taxa de SPI semelhante à dos homens.

Condições mais fortemente associadas à SPI

  • Gravidez;
  • Deficiência de ferro;
  • Doença renal crônica em estágio terminal;
  • SPI na gravidez: Sintomas iniciam durante a gestação, aumentam em prevalência e gravidade a cada trimestre; e se resolvem após o parto na maioria dos casos;
  • Doenças neurológicas associadas com SPI: AVC, Esclerose Múltipla e Enxaqueca;
  • SPI – muito associado com Distúrbios do Humor (Depressão, Ansiedade e Síndrome do Pânico). Independente do uso de antidepressivos (que sabidamente podem causar ou piorar os sintomas da SPI em 9% dos pacientes);
  • Relação entre SPI + Depressão/Ansiedade: SPI pode piorar o humor devido à interrupção do sono;
  • Associação entre SPI e doenças cardiovasculares: Pacientes com SPI apresentam 2,5x mais problemas cardíacos- Piora da qualidade do sono, aumenta a atividade simpática – Aumento da Frequência cardíaca e da Pressão Arterial.

Possíveis Causas

  • Genética: síndrome fortemente hereditária- ½ dos pacientes tem 1 parente de 1º grau afetado.
  • Causa incertas – hipótese principal: deficiência de ferro resulta em um estado de disfunção dopaminérgica. O ferro é um importante cofator necessário para produção de dopamina no nosso cérebro.

Como é o tratamento da SPI

O tratamento começa com a revisão das medicações que o paciente faz uso, por exemplo o uso de antipsicóticos, antidepressivos e outras medicações que causam bloqueio da dopamina, podem ser a causa oculta de SPI.

Existe também o tratamento não farmacológico, que consiste em exercícios de resistência de membros inferiores e exercício aeróbicos, que ajudam a diminuir a gravidade dos sintomas pelo aumento da dopamina.

A cafeína e tabagismo podem piorar os sintomas de SPI. Recomenda-se em todos os pacientes investigar a deficiência de ferro no sangue. Os tratamentos farmacológicos consistem em agonistas dopaminérgicos ou anticonvulsivantes, utilizados para dor (Pregabalina, Gabapentina).

Dra. Nayara dos Santos Reimer é Neurologista na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em Neurologia.

Disqus Comments Loading...
Compartilhar