O espasmo hemifacial é representado por movimentos involuntários da face, geralmente só de um lado do rosto, que tendem a piorar nas situações de estresse, fadiga e durante a leitura. Além do constrangimento estético, o paciente pode ter dificuldade em manter aberto o olho envolvido no espasmo – o que pode atrapalhar funções da rotina como dirigir, ler, executar trabalhos manuais delicados – além de falar, comer, passar maquiagem ou tocar instrumentos de sopro.
De forma descuidada muitas pessoas ainda levam o diagnóstico de “tique” por falta de disseminação do conhecimento da doença, mesmo no meio da saúde.
A desordem costuma aparecer entre os 40 e 50 anos, e geralmente é causada por irritação no núcleo do nervo facial, que é o responsável pela mímica facial. Compressão por vaso sanguíneo, trauma, paralisia de Bell (paralisia facial periférica), lesões do tronco cerebral e outros distúrbios do movimento podem ocasionar a patologia.
Inicialmente costumam surgir movimentos involuntários do olho, que ao longo dos anos acometem também outras regiões como testa, sobrancelha, nariz, lábios, etc. No começo os movimentos podem ser clônicos, mas com o passar do tempo evoluem para contrações sustentadas da musculatura envolvida.
Pelo fato de ter uma boa resposta, a primeira linha de tratamento é a aplicação de toxina botulínica, com o objetivo de amenizar os movimentos involuntários e melhorar a simetria facial. O início do efeito se dá após 3 a 5 dias da aplicação, com novas doses a cada 3 a 6 meses, dependendo da resposta individual de cada paciente.
Naqueles com lesões compressivas como causador da patologia e que não respondem bem às aplicações, pode ser oferecida também a opção de tratamento cirúrgico.