Cuidar de uma pessoa com demência em casa é uma tarefa difícil e pode se tornar muito cansativa. Pesquisas mostram que cuidadores tem risco aumentado de depressão e ansiedade, especialmente se não recebem apoio da família, dos amigos e da comunidade. É a chamada “síndrome do cuidador”. Desta forma, é imprescindível que o cuidador principal receba ajuda de outras pessoas, nunca esquecendo dos momentos de lazer e descanso.
Uma das maiores dificuldades que os cuidadores enfrentam é lidar com os comportamentos inadequados do paciente que possui demência no dia-a-dia. Atividades básicas do paciente (como vestir, tomar banho, comer) podem se tornar um verdadeiro desafio. Ter uma rotina ou planejamento do dia pode ajudar. É interessante também ter estratégias para lidar com comportamentos difíceis e situações estressantes. Por tentativa e erro você vai descobrir o que funciona. É importante salientar que cada pessoa com demência é única e vai responder de forma diferente às estratégias utilizadas. Além disso, o comportamento dos pacientes com demência pode mudar ao longo do curso da doença.
Descobrir que uma pessoa próxima tem demência é triste e assustador. É normal que familiares contestem e duvidem do diagnóstico médico. Assim que a família e os entes queridos assimilarem a situação, algumas das dicas abaixo poderão ajudar:
1. Pergunte ao médico todas as suas dúvidas e questionamentos sobre demência. Pergunte quais estratégias e medicamentos funcionam melhor para aliviar os sintomas e manejar problemas comportamentais.
2. Encontre um grupo de apoio onde você possa dividir as dificuldades, sentimentos, compartilhar experiências e aprendizados. No Brasil, há a Associação Brasileira do Alzheimer – ABRAZ que possui uma unidade em Joinville. Há também a possibilidade de buscar ajuda em grupos de apoio online.
3. Organização e planejamento do dia é primordial. Estabeleça rotinas e separe um momento para que possa focar em sua vida pessoal. Se existir uma hora do dia em que a pessoa com demência fica menos confusa e mais cooperativa, planeje-se para fazer o máximo nesses momentos.
4. Considere clínicas para idosos ou hospitais-dia (internação parcial) para facilitar o seu cotidiano. Esses locais permitem um descanso ao cuidador, enquanto a pessoa com demência está sendo bem cuidada.
Na maioria das vezes, o ambiente físico da moradia não está adequadamente organizado em função das pessoas idosas. Quase sempre esse ambiente necessitará de adaptações para as mudanças ocorridas com o envelhecimento e com a ocorrência de doenças que incapacitem o paciente. Algumas situações podem levar o idoso (mesmo sem demência) à quedas, tontura, fraqueza, visão e equilíbrio reduzidos. As adaptações do espaço físico tornam-se necessárias nestes casos, com o objetivo de facilitar o cotidiano do idoso e do cuidador.
Em pacientes idosos e com demência, essas adaptações são ainda mais importantes. Criar um ambiente seguro pode prevenir muitas situações estressantes e perigosas. A recomendação, no entanto, é que essas modificações ambientais sejam feitas gradualmente, para que a pessoa idosa vá se acostumando, participando delas e percebendo a necessidade.
1. Instale travas de segurança no lado de fora de janelas e portas, especialmente se a pessoa tende a perambular pela casa. Remova travas das portas dos banheiros para prevenir que a pessoa se tranque acidentalmente.
2. Identifique as medicações e guarde-as em local seguro. Também tenha certeza que facas, fósforos e armas estão seguros e fora do alcance do idoso.
3. Certifique-se que a iluminação é boa dentro e fora da casa. Ilumine todos os cômodos e instale uma luz noturna permanente nos locais de circulação do idoso.
4. Mantenha a casa longe de entulhos, tapetes ou qualquer coisa que possa contribuir para quedas. Deixe o lugar onde a pessoa idosa mais transita sem móveis, objetos e enfeites que possam provocar acidentes.
5. Conserve os objetos de uso cotidiano do idoso sempre no mesmo lugar e com fácil acesso, evitando que a pessoa fique confusa tentando localizá-los ou tenha que usar escadas ou banquinhos para pegá-los.
6. Evite que o piso da casa seja encerado, tornando-se escorregadio.
7. Evite que o idoso use chinelos e sapatos com solas lisas, desamarrados ou mal ajustados, pela facilidade de escorregões e quedas que podem trazer consequências graves.
8. Lembre-se de checar a segurança da cozinha, como no caso de a pessoa com demência esquecer de desligar o fogão após cozinhar. Considere a instalação de fogões que se desligam automaticamente para prevenir incêndios.