Dra. Vera Braatz, Neurologista da Neurológica, esteve presente no 72º Congresso da Sociedade Americana de Epilepsia (AES2018), em New Orleans, Louisiana, Estados Unidos, onde se reuniram mais de 6 mil especialistas em epilepsia de 65 países para discussões clínicas e aprendizado. Neste post são elencados os principais pontos abordados na investigação e manejo de pacientes portadores de epilepsia, para conhecimento de pacientes e interessados. Confira a seguir.
O tratamento cirúrgico é uma possibilidade para pacientes com crises epilépticas sem adequado controle com tratamento medicamentoso. Para tal, é importante assegurar que o paciente tenha grandes chances de ficar livre de crises e que o procedimento seja feito com segurança, para minimizar os riscos. O planejamento cirúrgico vem evoluindo muito nos últimos anos, aliando técnicas avançadas de exames de neuroimagem e eletroencefalograma.
Este é um recurso bastante interessante para pacientes que possuem muitas crises e não têm indicação de realizar o tratamento cirúrgico. São dispositivos implantáveis que ajudam a modular a atividade elétrica cerebral. Os principais são:
Alterações genéticas representam um importante assunto em epilepsia, pois modificações anormais do código genético, sejam elas herdadas ou não, podem resultar em epilepsia (e eventualmente vários outros sintomas, mesmo fora do sistema nervoso central). Esta associação é geralmente complexa, com vários genes podendo estar envolvidos. Avanços em investigação genética tem elucidado vários casos que até então tinham a causa como desconhecida, podendo resultar em ajustes específicos de tratamento e maior informação sobre a doença. É a nova era da epilepsia, com o surgimento do conceito de “medicina de precisão”.
Além disso, conhecer o padrão genético de pacientes com epilepsias graves tem um importante papel também no aconselhamento quando há intenção de ter mais filhos. A orientação pré-natal mostra grande importância para pais com história familiar de epilepsia, permitindo realizar testes genéticos para analisar as chances de os filhos nascerem com epilepsia. Por exemplo, casais que tem um filho acometido por uma epilepsia grave podem desejar saber quais as chances de isso acontecer novamente, para poderem fazer planejamento familiar e tomar uma decisão conscientes dos riscos.