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Dúvidas sobre epilepsia: causas, sintomas e tratamento

Epilepsia é uma doença que atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo e 3 milhões de brasileiros, segundo a Liga Brasileira de Epilepsia. Presente na rotina de muitas pessoas, a doença normalmente desperta curiosidade. Confira as dúvidas mais comuns relacionadas à epilepsia, respondidas pela Dra. Vera Braatz e Dr. Rodrigo Harger, Neurologistas da Neurológica e especialistas em epilepsia.

1 – Qual a causa da epilepsia e até qual idade pode aparecer?

Existem diversas causas para a epilepsia, que incluem distúrbios genéticos, lesões estruturais do cérebro, alterações metabólicas, doenças inflamatórias ou infecciosas. Embora, em certos casos não é possível determinar com precisão a sua origem.

A epilepsia atinge pessoas em qualquer idade e pode iniciar desde a fase neonatal precoce até a velhice. O que muda conforme as faixas etárias são as principais causas da doença.

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2 – Qual exame detecta a epilepsia?

O diagnóstico de epilepsia normalmente é feito através da história do paciente e do exame clínico. O papel dos exames complementares está principalmente relacionado à classificação do tipo específico de epilepsia, para direcionar o tratamento, e também para diagnóstico diferencial com outras possíveis condições.

Dentre os exames mais comuns, encontram-se o Eletroencefalograma e os métodos de neuroimagem como a Tomografia e a Ressonância Magnética, dependendo das circunstâncias.

3 – Quais são os sintomas da epilepsia?

Os sintomas são muito variados, dependendo da região cerebral atingida. O paciente pode ter apenas uma sensação estranha, como dormência em um lado do corpo, tremores ou rigidez em um lado do corpo e face, durando segundos a poucos minutos. Outros tipos de crise podem vir acompanhados de pequena saída do ar e confusão mental. Temos também as crises mais fortes, as convulsões epilépticas, em que o paciente pode apresentar grito, acompanhado de rigidez do corpo seguida de abalos musculares. Neste tipo de crise é comum ter também mordedura de língua, salivação e liberação de esfíncter.

4 – Jogos eletrônicos e vídeos podem causar crises ou atrapalhar o tratamento em crianças?

Estímulos audiovisuais podem desencadear crises apenas em crianças com sensibilidade à luz. Exemplos clássicos são o desenho do Pokémon, que ocasionou crises em inúmeras crianças no Japão, simultaneamente, no dia em que foi lançado. Os padrões alternantes rápidos de cores são mais perigosos. Vale a pena discutir com o médico que acompanha se isso pode ser importante, pois apenas uma minoria das crianças tem impacto de luz nas crises e há estratégias específicas para elas.

5 – A epilepsia em crianças pode ter a alimentação como aliada do tratamento?

Sim, principalmente em crianças com epilepsias refratárias (em que as medicações não são suficientes para o controle das crises) o uso da Dieta Cetogênica, que consiste em uma dieta rica em lipídeos e pobre em carboidratos, pode ser utilizada na tentativa de melhor controle da doença. Esta dieta deve ser feita sempre com orientação do Neurologista e Nutricionista.

6 – Quais as opções para prevenção da morte súbita em pacientes com epilepsia?

A morte súbita e inesperada no paciente com epilepsia, chamada de SUDEP, é algo bastante preocupante e está relacionado às crises frequentes, geralmente noturnas. Algumas estratégias podem ser usadas para minimizar este risco, como dispositivos que avisem que está havendo crise, travesseiro anti-sufocamento e/ou dormir acompanhado.

7 – Existe alguma contra-indicação para pessoas com epilepsia, como dirigir?

As pessoas que são portadoras de epilepsia e que ainda não atingiram o controle completo de suas crises por tempo significativo, realmente não devem se expor a atividades que possam trazer risco para si ou para terceiros. Especificamente para dirigir, no Brasil isto é regulamentado por lei e o prazo estipulado é de um ano sem crises para que a pessoa esteja apta. Em relação a outras situações, a tomada de decisão deve ser sempre individualizada em conjunto com o médico.

8 – Por que mesmo em uso de diversas medicações alguns pacientes não atingem o controle das crises?

É sabido que até 30% das formas de epilepsia são fármaco-resistentes, ou seja, quando a medicação não é capaz de controlar as crises de forma plena. Nestes casos, é indicada avaliação com especialista, para que seja realizada uma investigação adicional, com o objetivo de definir outras modalidades de tratamento possíveis.

9 – Ao longo do tempo a epilepsia pode ocasionar esquizofrenia?

Algumas formas de epilepsia apresentam uma incidência elevada de comorbidades (doenças associadas) psiquiátricas, dentre elas principalmente depressão, ansiedade, e transtorno afetivo bipolar. Quadros que cursam com psicose podem ser vistos também com alguma frequência e não necessariamente caracterizam esquizofrenia. No entanto, se sabe que pessoas com esquizofrenia possuem uma chance elevada de desenvolverem epilepsia e o contrário também é verdadeiro.

Dra. Vera Braatz e Dr. Rodrigo Harger são neurologistas especialistas em Epilepsia na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em Epilepsia.

Dra. Vera Braatz

Especialista em Epilepsia na Neurológica em Joinville - SC

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