A dor de cabeça atinge quase todas as pessoas em algum momento da vida e quando frequente, pode indicar algum problema de saúde específico. Cefaleia tensional e enxaqueca são os tipos mais comuns de dor de cabeça e despertam dúvidas. Confira as perguntas mais comuns relacionadas à dor de cabeça, respondidas pelo Dr. Ronald Moura Fiuza e a Dra. Lara Pizzetti Fernandes, neurologistas da Neurológica.
Pode não ser normal, mas não quer dizer que seja algo grave, já que alguns tipos de dor de cabeça não aliviam com o sono e uma delas só ocorre relacionada a ele (a cefaleia hípnica).
É o tipo mais comum de dor de cabeça. Costuma estar relacionada à tensão da musculatura de ombros, pescoço e escalpo, com intensidade leve ou moderada, e ser desencadeada por eventos estressantes e alterações emocionais, interferindo na qualidade de vida, apesar de não ser grave.
A dor de cabeça de um lado é denominada pelos médicos de hemicrania. Quando ela vem em crises fortes e é acompanhada por náuseas, é bem provável que se trate de uma enxaqueca. Esta é uma forma de dor de cabeça muito comum, que atinge cerca de 18% das mulheres.
Existem mais de 200 causas para dor de cabeça e muitas são persistentes. Mesmo as mais comuns, como enxaqueca ou cefaleia tensional podem se tornar frequentes ou crônicas.
Essa provavelmente é a dúvida que mais atormenta quem tem dor de cabeça, mas felizmente, um tumor é a causa da dor numa quantidade mínima de casos. A grande maioria das dores não apresenta alteração em exames como tomografia ou ressonância magnética.
A tendência às crises de enxaqueca geralmente é uma herança genética. E vários fatores atuam como gatilhos para uma crise. Entre eles, o estresse é um dos principais. Entretanto, o desencadeador pode ser outro, como alimentos, bebidas, mudança de hábitos de sono e jejum prolongado, assim como a menstruação.
Os gatilhos alimentares mais comuns são:
Uma boa maneira de identificar os gatilhos é manter um diário da dor de cabeça, no qual deverá incluir os fatores que acompanham mais frequentemente as crises. Depois de alguns meses de anotação, médico e paciente poderão fazer a análise.
A enxaqueca é mais frequente nas mulheres e tem relação com o ciclo hormonal. Na época pré-menstrual, caem os níveis de um hormônio chamado estrógeno, o que propicia o desencadeamento de crises. Há algumas mulheres que só têm enxaqueca nesse período. Há várias estratégias para diminuir as crises, que incluem tratamentos preventivos, mudança dos anticoncepcionais e outros.
Crises de dor de cabeça com náuseas, que duram até 3 dias e que surgem ou pioram depois de parto podem ser sugestivas de enxaqueca. Não é que o puerpério (resguardo) tenha causado. É que as enxaquecas costumam melhorar durante a gestação e ressurgir depois do parto, levando a uma correlação com este período.
No entanto, uma dor de cabeça que não existia antes e surge no puerpério merece uma avaliação mais detalhada para que se afaste complicações como pré-eclâmpsia, cefaleia relacionada à raquianestesia.
Isso pode se tratar de aura, que é um déficit neurológico transitório que acontece antes ou durante a enxaqueca na sua forma clássica. Aversão a luminosidade, barulho e náusea também costumam ser comuns, mas não exclusivos a este tipo de cefaleia.
Enxaqueca está ligada a traços genéticos e não há como mudá-los. É como a cor dos olhos, não há como mudar. O que é possível é tratar adequadamente e evitar que este problema se torne crônico.
Existem vários grupos de medicamentos que podem ser eficazes no tratamento de uma crise de enxaqueca. Cada paciente e cada crise pode responder melhor a um tipo de medicação. Dependendo da intensidade das crises, da frequência, dos fatores associados e das experiências anteriores.
Em cefaleia tipo tensional, a acupuntura também pode ajudar. Mas em enxaqueca, não existe comprovação.
Sim. Algumas pessoas acreditam que as medicações de venda não controlada não oferecem grande risco, mas o abuso de analgésicos, além de aumentar o risco de complicações como hemorragia digestiva e complicações hepáticas e renais, configura uma cefaleia secundária.
A cefaleia por abuso de analgésicos piora o controle de uma cefaleia pré existente ao fazer que a resposta aos tratamentos não seja tão boa quanto às pessoas que não têm este problema. Um neurologista poderá diagnosticar a causa da dor e instituir um tratamento adequado.