Assim como no tratamento farmacológico, o objetivo da cirurgia também consiste no controle das crises. Como regra geral, todo paciente que não obtiver controle adequado das crises com uso regular de medicação apropriada, é potencial candidato a investigação para cirurgia, pois pode se beneficiar do tratamento. Este grupo de pacientes merece estar sob acompanhamento de um neurologista especialista em epilepsia, que será responsável por conduzir a investigação.
O objetivo desta investigação é definir qual região do cérebro é responsável pela geração das crises, e avaliar se esta região pode ser retirada de maneira segura. Para isso, é necessário uma abordagem ampla, detalhada e multiprofissional que inclui uma série de exames, dentre eles:
- Vídeo-Eletroencefalograma;
- Ressonância Nuclear Magnética; e
- Avaliação Neuropsicológica.
Em determinadas situações especiais, exames adicionais podem ser necessários para maior detalhamento.
Investigação prévia no tratamento cirúrgico de epilepsia
A cirurgia para epilepsia é um tratamento seguro e eficaz, e vem sendo utilizado de maneira rotineira em grandes centros há décadas. Como toda cirurgia, existem os riscos que são inerentes ao procedimento (1 a 2%) e risco de déficit neurológico pós-operatório. Quando há possibilidade de tratamento cirúrgico, as chances de controle completo das crises aumentam muito. Em alguns casos, é possível a redução ou até mesmo a suspensão dos medicamentos anos após a cirurgia. Caso ao final da investigação seja concluído que há risco significativo de sequela neurológica ou pequena chance de controle de crise, não será possível realizar uma cirurgia para epilepsia.