Dieta cetogênica é uma opção de tratamento para pacientes com epilepsia, que não têm suas crises controladas com medicações. Sua adoção pode resultar na redução no número de crises e melhora do neurodesenvolvimento. É uma dieta rica em gordura, pobre em carboidrato e com quantidade controlada de proteínas. É um tratamento bastante estabelecido e com evidências, disponível desde 1920 para epilepsia. Com esta dieta ocorre uma mudança no “combustível” utilizado pelo cérebro como fonte de energia – ao invés da glicose, ele passa a utilizar gordura. Esta mudança está associada à produção de corpos cetônicos, que reduzem a excitabilidade neuronal, resultando em melhor controle das crises.
Indicações da dieta cetogênica no tratamento de epilepsia
Crianças portadoras de formas graves de epilepsia, dentre elas síndrome de West, síndrome de Dravet, esclerose tuberosa e epilepsia com crises mioclônico-astáticas, merecem avaliação adequada por neurologista especialista em epilepsia e com experiência em dieta cetogênica, para a possibilidade de se beneficiarem deste tratamento. Em algumas doenças específicas, como as epilepsias causadas por distúrbio genético envolvendo transporte de glicose, pode ser tratamento de escolha, com chances de controle completo das crises. Estudos recentes têm demonstrado possível benefício também em adultos portadores de epilepsia de difícil controle.
A dieta cetogênica é um tratamento seguro e eficaz, e como todo tratamento necessita de planejamento, orientação, ajuste e acompanhamento. Há formas mais restritivas da dieta, a como forma clássica, e modalidades mais flexíveis, como a Dieta Atkins Modificada. A escolha e o modo de início devem ser feitos de forma individualizada, atendendo às necessidades específicas de cada paciente, e suplementação de vitaminas e micronutrientes é fundamental. Este protocolo deve ser conduzido por neurologista e nutricionista com formação e experiência em dieta cetogênica.