

O diagnóstico da Epilepsia é classicamente baseado na presença de crises epilépticas. Estas apresentam-se de forma bastante variada, embora o público normalmente acredite na existência somente de crises típicas, como a crise tônico-clônica generalizada, conhecida popularmente como “ataque epiléptico”.
Entretanto, nestas apresentações variadas podemos encontrar crises epilépticas muito sutis, embora associadas a quadros neurológicos graves, como as encefalopatias epilépticas – condições nas quais as anormalidades epileptiformes e crises associam-se à disfunção cerebral progressiva.
Síndrome de West: uma encefalopatia epiléptica grave da infância
A Síndrome de West é uma destas encefalopatias epilépticas. Caracteriza-se por uma tríade de crises epilépticas contendo:
- Espasmos epilépticos (antigamente denominados espasmos infantis).
- Interrupção do desenvolvimento neuropsicomotor normal.
- Uma alteração específica no eletroencefalograma denominada hipsarritmia.
A presença dos espasmos em geral é a primeira manifestação, geralmente com movimentos súbitos dos membros superiores em flexão ou extensão, assemelhando-se a “sustos”, porém em um curto espaço de tempo evoluem de forma repetitiva, em grupos (chamados de salvas) e sem necessariamente um fator desencadeante. Muitas vezes, por inicialmente parecer algo normal como um reflexo da criança, ocorre demora em relacioná-los com uma alteração neurológica que pode ser grave.
A idade de início das crises em geral é entre 4 a 7 meses de idade, ocorrendo principalmente em meninos. Sem o tratamento adequado pode haver atraso do desenvolvimento e elevado risco de sequelas neurológicas permanentes.
Quais as causas da Síndrome de West
As causas da síndrome podem ser variadas e influenciam na gravidade da doença. Para esta identificação é necessária uma ampla investigação a ser conduzida pelo Neurologista ou Neuropediatra.
Nos casos em que se identificam os espasmos epilépticos ou quando há a suspeita destes, deve-se obrigatoriamente investigar com o exame de eletroencefalograma, que ao mostrar alterações, torna necessário o início imediato do tratamento, com medicações anti epilépticas específicas para este quadro. Quanto mais precoce o tratamento e consequente melhoria nos exames de eletroencefalograma de controle, modifica-se a evolução da doença com redução no risco de sequelas neurológicas.
Atenção aos movimentos do bebê é o caminho para identificação precoce
Reforçando, a principal medida para a prevenção é o diagnóstico precoce. Bebês com movimentos anormais requerem atenção. Abaixo alguns exemplos:
- Movimentos repetitivos de flexão ou extensão do corpo, causados por espasmos musculares. Confira o exemplo neste vídeo.
- Movimentos de esticar os bracinhos, dobrar o tronco, permanecer alguns segundos nesta posição e depois retornar à posição normal, de forma repetitiva, pode caracterizar a Síndrome de West.