Já falamos sobre epilepsia, que é uma das condições neurológicas mais comuns, acometendo pessoas em todas as faixas etárias, caracterizada pela ocorrência de crises epilépticas, que são manifestações de descargas elétricas anormais no cérebro, e suas causas são muito variadas. Mas ainda não falamos sobre cognição e sua associação com a epilepsia.
Cognição é um conjunto de funções cerebrais complexas e muito importantes, relacionadas com processos mentais de atenção, memória, aprendizagem, percepção, linguagem, entre outros.
A relação entre cognição e epilepsia é bastante próxima – 70 a 80% das pessoas com epilepsia apresentam:
A origem destas queixas sofre influência de vários fatores, entre eles:
Avaliação com testes específicos, detalhados, aplicados por profissionais capacitados (neuropsicólogos) pode dar informações importantes sobre o impacto cognitivo da epilepsia, das suas condições associadas ou das medicações utilizadas no tratamento. Estas informações são na sequência interpretadas com informações clínicas, para definir potenciais ajustes medicamentosos que possam resultar em melhora cognitiva, além de nortearem estratégias não-medicamentosas, através de abordagem multiprofissional (psicopedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, neuropsicologia). Tratamento de queixas de depressão e ansiedade também são importantes e podem resultar em melhora da cognição.
O tratamento da epilepsia vai muito além de tratar apenas crises epilépticas! Um olhar mais completo é essencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas com epilepsia e seus familiares.