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O impacto das redes sociais para a saúde emocional e como se proteger

Dra. Vera Braatz, Neurologista da Neurológica, esteve presente no Congresso Brain em Brasília. Há 15 anos o evento supre uma lacuna e cria uma análise longitudinal (de estudos de vários anos) da relação cérebro-comportamento-emoções. Temas diversos foram abordados no evento, entre eles o impacto das mídias sociais no cérebro e nos relacionamentos interpessoais.

A população mundial tem dedicado em média 2 horas ao dia para as redes sociais. O Brasil está no topo desta lista e a grande pergunta é: esta exposição pode afetar o cérebro e a saúde emocional da população? Se sim, como isso acontece?

Exposição às redes sociais x saúde emocional

O contato excessivo com a internet e as redes sociais pode aumentar sintomas ansiosos, seja pela exposição repetitiva às notícias negativas ou pela amplificação de preocupações. O uso de ferramentas de busca para pesquisar queixas clínicas pode gerar falsas impressões diagnósticas e ansiedade desnecessária.

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Além disso, a exposição excessiva às redes sociais na adolescência comprovadamente aumenta incidência de sintomas depressivos e, por mais contraditório que possa parecer, aumenta queixas de solidão. Ou seja, existe uma geração sendo altamente conectada, porém solitária, em uma fase da vida em que socialização é essencial.

Com isso há um prejuízo nas relações sociais da vida real e as pessoas passaram a se encontrar cada vez menos para conversar ou tomar um café, a partir do momento em que as redes sociais entraram em ação.

Qual o impacto da exposição às redes sociais para o cérebro?

Falando em circuitaria cerebral (funcionamento do cérebro), a exposição prolongada ao brilho das telas pode resultar em alteração de secreção de melatonina, hormônio naturalmente relacionado com ciclo sono-vigília. Ou seja, perde-se a pressão natural de sono, fazendo com que o sono sequencial seja irregular.

Via de regra, para evitar essa perda recomenda-se que o horário de sono seja pré-definido (ajustável para cada indivíduo), sofra pouca variabilidade e que eletrônicos não sejam usados ao deitar.

Não é novidade que todos ficam felizes ao receber “likes” em posts. O interessante é saber que essa felicidade ocorre em resposta à ativação cerebral de um sistema complexo, que chama-se circuito de recompensa. Ele representa coisas que o cérebro gosta e, consequentemente, quer mais. Este sistema também está relacionado à adicção (dependência), o que significa que os “likes” podem ser viciantes. Quando se passa a querer mais e mais, há a necessidade de ter cautela e moderação.

Conclusão

Em resumo, há uma influência profunda das redes sociais tanto no funcionamento de estruturas do cérebro quanto no estilo de vida das pessoas. Por isso, um pouco menos de conexão virtual e mais conexão da vida real tende a fazer muito bem ao cérebro, ao comportamento e às emoções.

Dra. Vera Braatz é neurologista especialista em Epilepsia na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em Epilepsia.

Dra. Vera Braatz

Especialista em Epilepsia na Neurológica em Joinville - SC

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