Acompanhar o desenvolvimento neuropsicomotor é uma das principais atribuições do neurologista pediátrico, pois é na evolução do desenvolvimento que se observam os aspectos de saúde e doença importantes para o futuro das crianças. Neste sentido, as intervenções que possam ser realizadas de maneira precoce são as mais eficazes.
A formação do bebê influencia na vida adulta
A plasticidade cerebral, que é a capacidade do cérebro de aprender e adaptar-se às mais variadas situações, está mais ativa nos primeiros três anos de vida da criança. Sabe-se que desta fase da vida dependem, portanto, muitas das características da futura personalidade, da cognição, da memória e do aprendizado. Tudo que acontece neste período pode deixar marcas – boas ou ruins – que acompanharão o indivíduo para o restante de sua vida.
Em especial no período neonatal, que compreende o primeiro mês de vida da criança, os bons ou maus estímulos podem influenciar todo o seu desenvolvimento futuro. O nascimento prematuro expõe o recém-nascido de forma ainda mais perigosa, pois quanto mais imaturo o cérebro, mais suscetível ele ficará a danos externos.
Estimativa da Organização Mundial da Saúde aponta que cerca de 11,7% dos nascimentos no Brasil são partos prematuros.
Dia Mundial da Prematuridade
Apesar da evolução nos cuidados e na tecnologia disponível no nosso meio, a preocupação motiva iniciativas como o Dia Mundial da Prematuridade, comemorado em 17 de novembro, e mantido nesta data desde 2009.
Esta iniciativa visa alertar a sociedade e informar sobre os riscos do bebê prematuro, dentre os quais a associação com sequelas neurológicas como a Paralisia Cerebral, pois 60% das crianças com esta enfermidade nasceram prematuros.
Ainda, a prematuridade é reconhecidamente um fator de risco para os Transtornos do Neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (Autismo) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Na Maternidade Darcy Vargas e no Centro Hospitalar Unimed, os prematuros de risco são acompanhados pelo neurologista pediátrico nas respectivas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e em muitos casos, até os dois anos de vida, de forma ambulatorial. Com isso, a detecção de atraso do desenvolvimento ou de sequelas neurológicas é otimizada, assim como a preconizada intervenção precoce torna possível a oferta de uma melhor evolução a estas crianças e suas famílias.
