

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sarampo havia sido eliminado do continente americano em 2016, e atualmente voltou a ser uma preocupação com a ocorrência de surtos em estados do norte do Brasil, espalhando-se rapidamente para outras regiões, inclusive com casos registrados em Santa Catarina.
Por que o sarampo voltou a preocupar?
O sarampo é uma doença ocasionada por um vírus com alta capacidade de propagação. A transmissão acontece de uma pessoa para outra, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou mesmo respirar.
Somada à alta capacidade de propagação, em todo o mundo houve diminuição na quantidade de pessoas vacinadas, colaborando para o surgimento dos surtos da doença.
No Brasil, a meta de vacinação contra o sarampo é de 95%, mas desde 2017 a cobertura (porcentagem de pessoas imunizadas) foi de 84,9% na primeira dose e de 71,5% na segunda, de acordo com o Ministério da Saúde.
Por que o sarampo é perigoso?
Crianças pequenas, idosos, desnutridos e pessoas com imunodeficiências têm risco aumentado de contrair a doença em sua forma mais grave, com complicações respiratórias, pneumonias bacterianas ou virais, diarreias, lesão ocular, malformação fetal, ou ainda, complicações neurológicas.
Quais são as complicações neurológicas do sarampo?
1 a cada 1.000 pessoas infectadas pode apresentar comprometimento cerebral pelo vírus do sarampo, ocasionando uma inflamação, conhecida como encefalite, que ocorre clinicamente durante o curso do sarampo.
A pessoa, principalmente crianças, apresentará crises epilépticas, confusão mental, irritabilidade, sonolência excessiva e hipertensão intracraniana, evoluindo para o coma.
A taxa de letalidade pela meningoencefalite do sarampo chega até 20% das pessoas acometidas.
Uma outra complicação mais rara, é a Panencefalite Esclerosante Subaguda (PEESA), uma doença crônica e degenerativa, resultante da persistência da infecção pelo vírus do sarampo no cérebro, em média, até sete anos após a infecção. Caracteriza-se por deterioração intelectual progressiva, dificuldades na fala, convulsões, abalos musculares e movimentos involuntários, e evolui para descerebração espástica (lesão cerebral permanente) e morte.
O sarampo poderá deixar sequelas como: diminuição da capacidade mental, dificuldades no aprendizado escolar, cegueira e surdez.
Quem deve se vacinar contra o sarampo?
Todos que nunca receberam a vacina e todos que não têm certeza se já tomaram.
A vacina tríplice viral, que consta no Calendário Nacional de Vacinação (que também protege contra caxumba e rubéola), deve ser administrada em:
- Bebês aos 12 meses de vida.
- Bebês aos 15 meses de vida recebem a tetra viral – que acrescenta proteção contra a varicela (catapora).
- Pessoas de 10 a 29 anos que não tomaram a vacina quando crianças (recebem duas doses).
- Pessoas de 30 a 49 anos (recebem dose única).