O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento que surge na infância. Além disso, é caracterizado pela dificuldade na comunicação e interação social, unidas a um padrão repetitivo e restrito de interesses e comportamentos.
O autismo não é uma condição única e, como o nome diz, possui um espectro de manifestações comportamentais e de neurodesenvolvimento. Para completar, possui múltiplas causas e graus de gravidade variados.
Entre as principais dúvidas dos pais cujos filhos foram diagnosticados com essa condição estão questões relativas à aprendizagem.
Como é a aprendizagem no autismo?
Cerca de 70% dos pacientes com autismo possui outras comorbidades além do TEA. Por isso, o neuropediatra precisa investigar a possibilidade da condição ser acompanhada pelo Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Deficiência Intelectual, pois elas podem ser barreiras importantes para o bom aprendizado do autista.
Entre os maiores desafios para o aprendizado dos autistas está a interpretação de textos. Independentemente de apresentarem capacidades cognitivas normais e sem demais comorbidades, pacientes com TEA possuem muita dificuldade para entenderem textos.
Os principais motivos deste desafio são:
- Tendência do autista em focar nos detalhes fora de contexto;
- Não suprimir informações irrelevantes no ato da leitura;
- Dificuldade de assumir a perspectiva de terceiros;
- Organizar e processar informações.
No entanto, nas demais habilidades escolares como escrita e matemática, eles tendem a não apresentar dificuldades e os pacientes tem um desempenho tão bom quanto seus demais colegas.
Qual é o papel de pais e escola na aprendizagem do autista?
Para ajudar a aprendizagem do autista a escola deve criar um programa pedagógico de adaptações escolares especializadas, que atenda às necessidades e características individuais do aluno.
Além disso, a lei determina que haja a oferta de um profissional escolar em todos os níveis e modalidades de ensino para apoio ao aluno com autismo.
Vale ressaltar que a educação não é dever apenas da escola. Pais devem estar presentes, serem participativos nas atividades e sempre estimularem e apoiarem a criança.
As terapias multidisciplinares também dão suporte e auxiliam o aluno com autismo a superar possíveis barreiras para o aprendizado. Entre as principais, vale destacar psicologia, psicopedagogia e terapia ocupacional.
Cada criança com autismo possui a capacidade de aprender, cada uma do seu jeito. Por isso, deve-se dar suporte e individualizar os programas e intervenções educacionais conforme à necessidade do paciente.
Pais, escola e profissionais de saúde precisam estar atentos a essas necessidades para melhorar a inclusão, o aprendizado e a independência dos nossos pacientes.