A Doença de Alzheimer (DA) é neurodegenerativa progressiva, afeta mais de 37 milhões de pessoas no mundo e representa a forma mais comum de demência em idosos. Caracteriza-se por comprometimento cognitivo com acometimento mais precoce e intenso na memória, além de limitação das atividades de vida diária.
A seguir, confira quais são os passos necessários para realizar o diagnóstico precoce e os novos exames disponíveis.
Avaliação clínica para diagnóstico de Alzheimer
Avaliação clínica com anamnese e exame físico aprimorados são essenciais para o diagnóstico de Doença de Alzheimer (DA). A história coletada com os familiares sobre o início e a evolução dos sintomas cognitivos é imprescindível para o diagnóstico. Além da história, um exame neurológico minucioso, com a realização de testes cognitivos por um neurologista habilitado, aliado a exames de imagem (preferencialmente ressonância magnética de crânio), são capazes de diagnosticar a doença numa grande maioria dos casos.
Os exames complementares (como exames de sangue e ressonância de crânio) sempre devem ser interpretados no contexto clínico do paciente, tendo pouco valor quando analisados isoladamente. Abaixo confira alguns métodos para detecção de Doença de Alzheimer:
Exames de neuroimagem para detecção de Alzheimer
O exame de imagem cerebral, preferencialmente a ressonância magnética de crânio de 3 Tesla, é indicado para avaliar todos os pacientes com suspeita de Doença de Alzheimer (DA).
Outros exames atualmente disponíveis para a investigação desta doença são os exames funcionais cerebrais, como o FDG-PET, ressonância funcional, ressonância de perfusão e SPECT cerebral. São exames mais sofisticados em que se avalia o metabolismo e função cerebrais. Na Doença de Alzheimer, esses exames irão revelar áreas de baixo metabolismo (PET) e hipoperfusão (baixa irrigação sanguínea) cerebral, principalmente nos hipocampos, lobos parietais e temporais. Destaca-se a importância desses exames em casos leves ou estágios inicias da doença.
Testes genéticos na Doença de Alzheimer
Apesar do gene APOE4 (Apolipoproteina E) ser o fator de risco genético mais estabelecido para DA de causa esporádica (não familiar), não se recomenda o screening (rastreio) com APOE4 na rotina básica. Uma cópia dessa variação genética aumenta em três vezes o risco de se desenvolver a doença; e 2 cópias aumentam em 15 vezes. Apesar disso, um grande estudo mostrou que a presença deste gene só aumentou em 4% o diagnóstico, quando comparado ao diagnóstico clínico isolado (realizado através de anamnese, exame físico e ressonância magnética de crânio). Ou seja: o APOE4 é só um fator de risco. Ele não é suficiente nem necessário para desenvolver a doença. Sendo assim, não é indicado em todos os pacientes com suspeita de Doença de Alzheimer.