Epilepsia é uma condição neurológica em que ocorrem crises convulsivas frequentes, como resultado de uma descarga elétrica anormal no cérebro. Existem vários tipos de crise convulsiva. A maneira de ajudar uma pessoa durante a crise depende do tipo de crise. Entenda as diferenças e saiba como ajudar:
Entenda as diferenças entre cada uma e o que fazer para ajudar alguém em uma crise:
O que é uma crise convulsiva focal
São crises que afetam apenas uma parte do cérebro, com manifestação clínica variável de acordo com a região que foi acometida.
Nas crises epilépticas focais sem alteração do nível de consciência, o paciente pode sentir um “aviso”, que pode ser diferente em cada pessoa. Nestes casos, o paciente pode ficar desconfortável ou assustado.
Como identificar uma crise de epilepsia convulsiva focal
As manifestações sem alteração do nível de consciência costumam ser breves, durando entre segundos e alguns minutos. Alguns pacientes podem parecer distantes, confusos, apresentar olhar fixo, fala desconexa e movimentos automáticos.
Os sinais mais comuns são:
- Mal-estar na boca do estômago;
- Sensações não usuais de medo; e
- Manifestações sensitivas (como formigamentos) ou motoras (como repuxamentos) de um lado ou outro do corpo.
Nas crises focais com alteração do nível de consciência, o paciente pode apresentar avisos iniciais, e na sequência pode parecer distante, confuso, agir de maneira anormal, e ter comprometimento da fala.
Os sinais mais comuns são:
- Olhar fixo; e
- Movimentos mastigatórios e movimentos automáticos com as mãos (como por exemplo pegar objetos repetidamente).
Como ajudar alguém em uma crise convulsiva focal
A melhor maneira de ajudar é gentilmente afastar o paciente de qualquer condição potencialmente perigosa (como por exemplo caminhar em direção à rua), conversando com ele de maneira calma e gentil, sem restringir ativamente suas ações. Como ele está confuso, pode interpretar de maneira equivocada e ficar agressivo.
O que fazer após a crise
O paciente pode se sentir cansado e preferir dormir. Reassegure que ficará tudo bem, relembre onde ele está e mantenha-se por perto.
Algumas crises podem iniciar de maneira focal (iniciando com um “aviso”) e depois se espalhar por todo o cérebro, apresentando abalos tônico-clônicos bilaterais. Na fase inicial, o ideal é manter o paciente em local seguro. Veja abaixo como proceder diante de uma crise tônico-clônica.
Como identificar uma crise epiléptica generalizada
São crises que afetam o cérebro como um todo e acontecem sem aviso significativo.
As clássicas crises de ausência fazem parte deste grupo. Nestas crises o paciente fica imóvel, com olhar fixo, “ausente” por alguns segundos, e não atento ao que está acontecendo à sua volta.
Crises tônicas ou atônicas são alterações súbitas do tônus muscular, com o paciente ficando rígido ou perdendo tônus, resultando em quedas. Apesar de habitualmente retomarem a consciência rapidamente, muitas vezes há ferimentos associados.
As convulsões propriamente ditas são compostas por uma fase tônica em que o paciente fica com a musculatura rígida, seguida de uma fase clônica, com abalos musculares difusos. Estas crises, chamadas de tônico-clônico generalizadas, podem ser assustadoras ao olhar, e merecem atenção especial.
Como ajudar alguém em uma crise convulsiva generalizada
Primeiramente, mantenha a calma. Em seguida:
- Certifique-se (com um relógio) de quanto tempo a crise está durando;
- Apenas mova a pessoa se estiver em um local perigoso;
- Afaste objetos que possam machucar (como móveis);
- Coloque algo macio embaixo da cabeça (podendo ser a sua mão), para evitar que fique batendo contra o chão;
- Não restrinja movimentos, nem coloque nada dentro da boca do paciente (não se preocupe, ele não vai engolir a língua, e tentar puxá-la pode gerar ferimentos adicionais).
O que fazer após a crise
Quando os abalos terminarem, deite o paciente de lado, na posição de recuperação.
Se a respiração parecer ruidosa ou difícil, cheque se não há nada obstruindo a passagem do ar (como secreções). Deixe o paciente descansar, e se mantenha ao lado até a completa recuperação.
Habitualmente estas crises são autolimitadas, durando em torno de 2 minutos. Caso a crise persista por mais de 5 minutos, seja seguida de nova crise sem completa recuperação, ou a respiração do paciente pareça dificultosa, faz-se necessário atendimento médico de urgência, pois podemos estar diante de uma condição grave.
Dra. Vera é neurologista na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos e especialidades.